Como Nossos Pais & Meus pais...


Composição de Belquior eternizada pela voz de Elis Regina. Como nossos pais é mais do que uma canção que simbolizava uma geração que anciava pela liberdade. É um hino para aqueles que levam um legado ou uma herança, que só pode ser compreendida pela singularidade de um cotidiano que a formou. Todo ano no mês de maio meus pais fazem aniversário emparelhados (rs): Seu Plínio, dia 23 e Dona Angelina, dia 24.

Eles são simplesmente assim: sem rótulos e trazem consigo a luta da região de onde vieram, região Nordeste e Norte. A riqueza cultural lá em casa sempre foi singular e ainda o é. São os falares regionais, causos, farinha e peixe pelo menos duas vezes na semana (rs). Neste último fim de semana Seu Plínio fez 70 anos e Dona Angelina faz, hoje, 61 anos. Estes dois geminianos deixam seus filhos, netos, genros, amigos e familiares felizes demais nestes dias, principalmente por poderem nos dar a oportunidade de compartilhar da vida simplesmente como ela é.


Não quero lhe falar,
Meu grande amor,
Das coisas que aprendi
Nos discos...

Quero lhe contar como eu vivi
E tudo o que aconteceu comigo
Viver é melhor que sonhar
Eu sei que o amor
É uma coisa boa
Mas também sei
Que qualquer canto
É menor do que a vida
De qualquer pessoa...

Por isso cuidado meu bem
Há perigo na esquina
Eles venceram e o sinal
Está fechado prá nós
Que somos jovens...

Para abraçar seu irmão
E beijar sua menina na rua
É que se fez o seu braço,
O seu lábio e a sua voz...

Você me pergunta
Pela minha paixão
Digo que estou encantada
Como uma nova invenção
Eu vou ficar nesta cidade
Não vou voltar pro sertão
Pois vejo vir vindo no vento
Cheiro de nova estação
Eu sei de tudo na ferida viva
Do meu coração...

Já faz tempo
Eu vi você na rua
Cabelo ao vento
Gente jovem reunida
Na parede da memória
Essa lembrança
É o quadro que dói mais...

Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Como os nossos pais...

Nossos ídolos
Ainda são os mesmos
E as aparências
Não enganam não
Você diz que depois deles
Não apareceu mais ninguém
Você pode até dizer
Que eu tô por fora
Ou então
Que eu tô inventando...

Mas é você
Que ama o passado
E que não vê
É você
Que ama o passado
E que não vê
Que o novo sempre vem...

Hoje eu sei
Que quem me deu a idéia
De uma nova consciência
E juventude
Tá em casa
Guardado por Deus
Contando vil metal...

Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo, tudo,
Tudo o que fizemos
Nós ainda somos
Os mesmos e vivemos
Ainda somos
Os mesmos e vivemos
Ainda somos
Os mesmos e vivemos
Como os nossos pais...

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