Poesia é um vício ao qual não posso resistir Resvala meu corpo provoca sentido, faz a pele rolar o tempo, o momento e os instintos Quem por ela for tocado se entregará ao momento presente, ao instante único como um canto de passarinho que daqui a pouquinho... já já se foi Sustento sustenido vida, corpo, pensamento vai: o que vale mais é a pulsação, batidas rítmicas Instindo de canção, que ressoa e saliva de desejo e me morde como fruta, como truque barato desse destino
Ela foi parar no meu quarto Encostada na parede... Inerte E se ela soubesse como foi difícil trazê-la, Conquistá-la e mantê-la Só pra poder dizer que ela é todinha minha... Nesse clima de deserto, ela fica esperando que a leve para alguma cachoeira do cerrado, Pra embrenhá-la no mato Para que a descubra Roxane sabe muito bem Como precisava dela nesse final de inverno No final do meu deserto, para que de certo Eu soubesse finalmente traçar sobre meus eixos o verbo: confiar.
Somos mulheres de outra estirpe Somos mulheres que não tem medo do vento ou do tempo Somos mulheres banhadas nas águas vagas e imprecisas do querer Somos mulheres que acreditam na força feminina que mexe o universo e todas nós Força mística, suave,
densa e veloz Somos mulheres que amam aqueles que comungam com o nosso misticismo e que banhando-se em nossas águas saem com o busto franco de límpido prateado Somos mulheres que disseram sim, sem medo de serem banidas do paraíso Somos mulheres jovens, crianças e sábias Muitas vezes cansadas, revigoradas, ingênuas, perdem-se no ideário de seguir a outro ser Algumas perdem-se de sua estirpe Pois só nós temos isso,
O poder de levantarmos umas as outras Só nós reconheceremos quem verdadeiramente somos.
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