Mapa Astral I


Ainda mora, ainda vive, ainda respira dentro de mim, ainda cogita, ainda transparece, ainda sonha em ser sem fim...
Ainda oscila e vacila, ainda se inspira no espelho de marfim...
Ainda alegra e entristece, ainda aparece, ainda esquece e desobedece o desejo de se entregar assim...
Ainda se enfurece, ainda se mobiliza, ainda se contrai, mas não se esquece do sorriso que a distrai...
Ainda quer beijar a boca, ainda quer ser a outra que lambe o selo da carta e viaja sem mapa...
Ainda não terminou o desejo, sentidos e mordidas, suspiros e queixos, de querer só um pretexto de nomear o querer...
Ainda no meio da obra, ser a arquiteta que organizando o prumo descompassa as letras e encontra outros estetas em seu céu...

Comentários

zildete melo disse…
um poema que se derrama, que inunda, que invade suavemente, que não conhece proporções...
Anônimo disse…
Você dá muito bem seu nome à palavra que declama e lavra nos palcos da cidade e da vida!
Parabéns pelo Blog, precisamos mesmo de poesia pra sobreviver nesse mundo cão!

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