Inefável chão poético



A poesia,
esta que me assalta a todo instante,
ser incessante...
Feita de átimos e longas esperas
De longos dias e noites curtas
Do tempo inteiro e na travessia dos anos
Na travessia das ruas e
silêncio do mato
O olhar do outro,
num enigma do outro,
Poesia é olhar que retorna
em matizes distintas
Como traduzi-las e resignifica-las,
sem ser somente a outra, eu mesma?
Como dar voz, a não-voz?
Como dar o grito, ao não-grito?
Como nomear o inominável?
Passeio por figuras sem volta,
flutuações e chão duro, áspero,
lodo e musgos
Cordão invisível,
procuro por uma mão.
A mão firme que me segura
na travessia, pode impedir meu voo
Mão do pai,
forte, densa e cheia de histórias
Mão da mãe
rígida e cheia de detalhes delicados
Mão do amor
que agarra a terra
e a fruta do mato
Mão invisível que me leva
é a mão da palavra-poesia,
voz incansável de dentro da noite
negrume, vagalume,
lanterna dos meus desatinos,
chama que grita:
- Por aqui...!

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