Verdíssimo áspero saltitante
Insistente e teimoso
Ontem perto da hora do almoço
estava ele dentro do quarto...
Com seu ar de Visconde,
não veio de muito longe
Trouxe uma patinha machucada
de algum saltitar vacilante
E eu ocupada, apenas
atarefada com as coisas de casa
Não foi de admirar que,
além de estar cheia de grilos,
tenha também esquecido
que sua presença mais suave e fina
lembre aquela cortina vacilante
que se abre depois do riso
E por detrás pura e simplesmente
Ele pule vivo e exuberante
espreitando tudo ao redor
Desengonçado em sua sutileza,
trouxe ao ambiente toda a leveza,
reforçou a candura
e instalou, de repente,
a leveza
Lá vem ele...
Pulando encima de nossa cama,
Tirando velhos planos do armário,
Alçando novos desafios,
Derrubando as cercas dos nossos interditos
Vem e vem mais...
Tirar aquela pulga por detrás da orelha
Faz a gente lembrar que esta luta é passageira,
vale mais o sorriso e sua sem graceira
Vou fazer um poema hoje!
À noite, outro, insistente
Contente veio pulando na cortina da sala,
voou próximo a tela do computador
Eu, sentada, levantei de imediato
lembrei do verde-visconde que pela manhã
sacudira minha melancolia
Agora sua vez chegaria... tu vais habitar estas linhas digitais!
Meu benzinho despediu o bichinho pela janela:
- Vamos deixar que este visite a casa de um vizinho!
Vai sim...
E brinde prazenteiro de alegria,
a mensagem mais linda nestas linhas:
Temperança, esperança e alegria.
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