Poesia é um vício ao qual não posso resistir Resvala meu corpo provoca sentido, faz a pele rolar o tempo, o momento e os instintos Quem por ela for tocado se entregará ao momento presente, ao instante único como um canto de passarinho que daqui a pouquinho... já já se foi Sustento sustenido vida, corpo, pensamento vai: o que vale mais é a pulsação, batidas rítmicas Instindo de canção, que ressoa e saliva de desejo e me morde como fruta, como truque barato desse destino
Ela foi parar no meu quarto Encostada na parede... Inerte E se ela soubesse como foi difícil trazê-la, Conquistá-la e mantê-la Só pra poder dizer que ela é todinha minha... Nesse clima de deserto, ela fica esperando que a leve para alguma cachoeira do cerrado, Pra embrenhá-la no mato Para que a descubra Roxane sabe muito bem Como precisava dela nesse final de inverno No final do meu deserto, para que de certo Eu soubesse finalmente traçar sobre meus eixos o verbo: confiar.
De repente um Oceano (Em memória de Ocean Leite) A vida só é possível reinventada - como já fez Cecília em seu poema- Só é possível recriada a cada segundo de um ser. A morte, porém, só é possível se reinventada também. Só se sobre ela eu reclinar meu pensamento na tentativa de entender novamente a vida e viver mais forte, mais clara ou púrpura, enquanto a dor acontece. “- Não deixe-se!” Mesmo partindo-se em muitos, sempre encontrarás a essência para novamente te reiniciar e te recriar. O contato da caneta no papel, a chuva que teu cabelo absorve, tua respiração ofegante servirão de começo para uma outra história. A cada segundo, enquanto algo nasce e morre ou permanece intacto e sozinho, tudo se rememora e recomeça o ciclo da vida. “-Ontem, a noite serenou...”
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