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Mostrando postagens de fevereiro, 2011

A espera... segundo Marcelo Camelo

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Casa Pré- Fabricada Abre os teus armários Eu estou a te esperar para ver deitar o sol sob os teus braços castos Cobre a culpa vã até amanhã eu vou ficar e fazer do teu sorriso um abrigo Canta que é no canto que eu vou chegar Canta o teu encanto que é pra me encantar Canta para mim qualquer coisa assim sobre você Que explique a minha paz Tristeza nunca mais Vale o meu pranto que esse canto em solidão Nessa espera o mundo gira em linhas tortas Abre essa janela primavera quer entrar pra fazer da nossa voz uma só nota. Canto que é de canto que eu vou chegar Canto e toco um canto que é pra te encantar Canto para mim qualquer coisa assim sobre você que explique a minha paz Tristeza nunca mais...

Para o céu do Egito...

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Céu de Especiarias Sob o céu do Líbano, lábios ofegam de leve, aromas de finas especiarias, trazidas por Samira. A moça cor de amêndoa fresca Prepara, sem saber, A última refeição de seu pai Com o gosto apurado na lembrança De um tempo de criança, em que as ruas Não se faziam mais de notícias das granadas, mísseis e das nuvens de fuligem seca e pesada de bombardeios aéreos. Samira senta-se na cadeira pensa nos dias e tarde amenas Em que serenamente provou O gosto da fruta mais gostosa de sua terra. Sem saber que a sua espera vespertina do pai querido se transformará em grito também sob o céu do Líbano. As especiarias completas, que ora cobriam a prateleira do armário, foram abandonadas pela metade. A busca de cheiros a levou, às margens do mar Egeu, Para observar uma batalha que sente A ela não pertencer...

Porque nunca é tarde...

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Ser presidenta do Brasil, penso que não deve ser uma tarefa fácil. Ela tem seguido firme, um mês de governaça e segue atenta na organização da casa. Não sou exatamente uma fã, mas também não estou ofendida com seu sucesso e sua ascenção à presidência. Acredito também que a mulher pode mais e que temos de ser mais parceiras e menos individualistas em diversos aspectos da vida pessoal e profissional, enfim... Desde a sua posse queria escrever algo sobre Sra. Dilma e achei nesta crônica de Nelson Mota, publicada no Estado de S. Paulo e no blog do poeta Luiz Turiba, uma modo de colocá-la finalmente em pauta aqui no Geografia . Enfim Sós - Nelson Motta - O Estado de S.Paulo Como é bom ter uma presidente que não vive esbravejando nos palanques e dividindo o País entre ricos e pobres, entre as elites e o povo e culpando os adversários políticos por todos os males do Brasil. Que delícia não ter que ouvir todo dia a presiden

Força e Leveza I

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Me ocorreu de escrever por aqui que a forma como encaramos a vida faz nossa trajetória... Mas como falar sobre este assunto, tão arenoso e sólido e não parecer um drama de Jane Austen? Um terreno seguro, às vezes, pode revelar-se arenoso, enquanto um a primeira vista suave, um verdadeiro desfiladeiro... Isto é nossa vida e este somos nós: a soma da curva, a reta, o ponto final, ou vírgula. Em alguns momentos sem pernas e sem apegos para o mínimo passo de dança e ao virar a esquina, como num labirindo de Guimarães Rosa, nos achamos na "claridade do sertão de Riobaldo" todas as respostas. Na infância vi em mim uma menina tímida, porém que mal sabia que aquela guardava em si força de vontade e persistência. É verdade que precisei de persistência para atravessar noites lendo poesia, e uma dose de insanidade pra não me achar fora da minha época. Sou ligada a palavra e é sobre ela que jogo meu lenço nesta dança que me atrevo todos os dias e a dizer uma espécie de sim, que muitas

Amar é surpreender... segundo Martha Medeiros

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Aproveito a volta às aulas para postar este escrito de Martha Medeiros. Para meus alunos, ex-alunos, amigos, anônimos, poetas... É sempre hora de aprender, mesmo que a 1a lição venha agora, depois de algum tempo e de muitos ou poucos amores... A primeira lição está dada: o amor é onipresente. Agora a segunda: mas é imprevisível. Jamais espere ouvir “eu te amo” num jantar à luz de velas, no dia dos namorados. Ou receber flores logo após a primeira transa. O amor odeia clichês. Você vai ouvir “eu te amo” numa terça-feira, às quatro da tarde, depois de uma discussão, e as flores vão chegar no dia que você tirar carteira de motorista, depois de aprovado no teste de baliza. Idealizar é sofrer. Amar é surpreender.